Um dos primeiros destinos a liberar entrada de brasileiros durante a pandemia, a Turquia vem aparecendo de forma mais constante no roteiro de viagens de quem parte do Brasil. Em 2022, 79.683 brasileiros estiveram no país, de acordo com o Ministério de Cultura e Turismo do local. Isso representou uma taxa de variação de 458% comparado a 2021.
Já segundo a Decolar, uma das empresas líderes no setor de viagens da América Latina, a procura destes viajantes brasileiros representou um aumento de 82% comparando o mesmo período entre um ano e outro.
Com paisagens de tirar o fôlego, outro grande atrativo – se não o principal – é a história que o país carrega. Isso está presente em cada rua e também nos pontos turísticos. Um deles é o Grande Bazar, um dos mercados mais antigos do mundo.
Enquanto bazares semelhantes em todo o mundo continuam a existir como museus, o Grande Bazar ainda mantém seu lugar e posição como um bazar vivo onde o comércio continua.
Inaugurado em 1426, ele está localizado na capital Istambul e atraiu no último ano quase 40 milhões de visitantes de todas as partes mundo. A média de visitas diárias é de 100 mil pessoas, que se aventuram pelos seus corredores que se assemelham a labirintos.
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A história e a rota de compras de Istambul
Localizado em Fatih, entre Nuruosmaniye, Mercan e Beyazıt, em Istambul, o Grande Bazar tem uma história que se inicia em meados do século 15. Dentro do escopo do sistema de fundações da era otomana que cobria quase toda a vida socioeconômica e cultural, estruturas como bazares foram construídas perto de locais religiosos e sociais para atender as necessidades como custos de manutenção e reparo.
A fundação do Grande Bazar conta com as estruturas erguidas por Fatih Sultan Mehmet, antigo sultão do Império Otomano, para trazer renda para Hagia Sophia.
Grande Bazar é um dos principais pontos turísticos de Istambul / Ethan Jameson / Unsplash
O mercado se tornou o mais importante centro comercial da região ao longo do tempo, passou a servir como um importante centro financeiro, onde são negociadas joias e metais preciosos de todo o mundo.
Definido não apenas como o mais antigo, mas como o maior centro comercial do mundo, o Grande Bazar passou por diversas reformas de arquitetos famosos após vários incêndios e terremotos. Além de ser importante histórica e culturalmente, tem lugar de destaque na literatura, nos relatos de viagem e na arte, e continua a chamar a atenção como um dos bazares históricos mais visitados do mundo.
Os números, o que encontrar e curiosidades do espaço
Em uma área de 30.700m² estão espalhadas mais de 5 mil lojas que vendem inúmeros e diferentes itens. Não é possível definir o mercado em um só estilo. Lenços, pashminas, jóias, roupas, bolsas, artesanatos, lanternas, luminárias, lojas de especiarias, tapetes, casas de câmbio, azulejos, antiguidades em geral, restaurantes, cafés são só algumas das coisas que podem ser encontradas por lá.
E uma regra é clara: não compre nada sem negociar. Os mais de 20.000 funcionários do local estão preparados para isso, podendo reduzir o valor da sua compra significativamente. A relações públicas Anny Carboni esteve no país em 2015, em sua Lua de Mel, e chegou a comprar um jogo de xícaras local por menos da metade do preço inicial.
“Parece que pechinchar está no instinto deles. Vi um comerciante não querer vender um produto a um casal de americanos sem antes negociar. É quase que um teatro, você sabe que eles vão abaixar o preço. Se você falar que não quer o produto e virar as costas, eles vão atrás para abaixar o valor. Os preços valem muito a pena e há coisas que você não encontra em outro lugar do mundo”, conta.
A loja mais antiga do local chama “Epok” e é uma loja, não por acaso, de antiguidades. Já as jóias são os produtos mais vendidos do espaço, seguida de souvenirs e produtos têxteis.
Mais de 5.000 lojas com diferentes produtos estão à disposição dos visitantes, que precisam seguir uma regra clara: negociar / Linus Mimietz / Unsplash
Dicas de brasileiros para brasileiros
Brasileiros ouvidos pela CNN Viagem & Gastronomia contaram suas experiências ao visitarem o Grande Bazar, reunindo algumas dicas para quem vai pela primeira vez. Todos ressaltaram a beleza dos produtos, aromas, sabores e cores, dando a sensação de estarem dentro de um filme, estilo “Aladdin”.
Dicas para uma visita tranquila ao Grande Bazar de Istambul:
Atenção redobrada para mulheres que forem sozinhas. Muitas se sentiram inseguras e desprotegidas ao andarem pelas ruas do bazar;
Outro motivo de atenção é o troco que é dado na hora da compra. Mais de um viajante relatou ter notas verdadeiras trocadas por falsas durante sua passagem por lá;
Sobre o tempo a se passar no local, os viajantes foram unânimes: embora seja enorme e tenha uma grande variedade de produtos, a recomendação é separar apenas uma tarde para o passeio – a não ser que o grande objetivo da viagem seja compras. Apesar das inúmeras lojas, tem muito produto repetido;
Utilize o mapa disponível no local;
Experimentar tudo o que é oferecido pode ser uma grata surpresa. Aromas e sabores estão espalhados por todo o bazar. É quase praxe entrar em uma lojinha e ser recebida com um chá ou suco de romã, fruta bem típica. Desfrute da experiência;
Como todo lugar turístico muito lotado: atenção aos seus pertences!
Sobre a moeda de compra, a recomendação é trocar lira nas casas de câmbio. Poucas lojas aceitam dólar ou euro. No entorno do próprio Grande Bazar existem estas casas com taxas bem amigáveis. Vale destacar que raramente as casas aceitam real, então, sempre levar dólar ou euro para a troca. O cartão de crédito também é bem aceito na maioria dos estabelecimentos.
A entrada do Grande Bazar é gratuita. Ele poder ser visitado todos os dias, exceto domingo, das 8h30 às 19h.
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